14 de janeiro de 2016

Cara, David Bowie morreu.

Foi a primeira coisa que li no 11º dia de 2016. Porra. Não acreditei e, como todo fã da era da internet, fui pesquisar no google  e de fato estava lá: maldito câncer.
Minha segunda reação foi: quero escutar música, de verdade. Coloquei Lazarus — novo single de Bowie— e depois escutei o álbum Transformer de Lou Reed e terminei a noite escrevendo e escutando The Idiot de Iggy Pop.

Qual é a relação desses caras chatos dos anos 70 com David Bowie?
Na tentativa de organizar mentalmente um pouco as principais influências e produções de Bowie na música, resolvi criar essa curta lista com algumas referências do artista — e suas músicas — para de fato imortalizar a criação de Bowie ao lado de outras lendas do rock n roll.


(Mick Rock | David Bowie, Iggy Pop e Lou Reed, Londres, 1972)
As Bonecas de Nova Iorque — formada inicialmente em 1971 por David Johansen (vocais), Johnny Thunders (guitarra), Sylvain Sylvain (guitarra), Arthur Kane (baixo) e Billy Murcia na bateria (que depois de seu falecimento foi substituído por Jerry Nolan) — foram uma das maiores influências para a cena musical nova iorquina e do então em surgimento Punk Rock.
Tudo impressionava nos Dolls, desde a música até a energia infinita dos shows. Mas o que realmente era novo e assustador era o glitter: o visual daqueles malucos andróginos e coloridos fantasiados de mulheres eram incríveis.
Todo mundo ia ver os Dolls. Como Lee Childers — fotógrafo e empresário musical que já trabalhou com David Bowie — diz em Mate-me Por Favor: A História Sem Censura do Punk: “Você não ia apenas ver os Dolls — você tinha que ser visto vendo os Dolls”. E é claro que lá estava David Bowie e Lou Reed.
 É difícil de apontar quem influenciou quem em um universo musical repleto de nomes e citações. Mas os New York Dolls tiveram grande participação na formação artística de David Bowie e de outros artistas.

(The New York Dolls)

Todo mundo conhece Iggy Pop por sua personalidade insana principalmente em cima do palco. Iggy Pop é o cara dos Stooges, de Raw Power, de Search And Destroy. Uma imagem talvez totalmente oposta, norte-americana, de David Bowie.
Depois de passar um tempo internado e fugindo das drogas, Iggy continuou mantendo amizade e contato com David, tanto que foi convidado a participar, em 1976, da turnê Station to Station.  O resultado dessa amizade — e de um período juntos em Berlim longe de tudo — foi o primeiro álbum solo de Iggy Pop: The Idiot.
Bowie é creditado como produtor e escritor ao lado de Iggy. The Idiot é considerado entre os fãs, como uma das principais obras de Iggy Pop, ao lado de Lust for Life, que foi música tema do filme Trainspoitting de 1996.
Recentemente, após a notícia da morte de David Bowie, Iggy postou em sua conta no Twitter que “a amizade de David era a luz da minha vida”.

(foto: Mick Rock)


A reunião de Lou Reed com David Bowie só poderia resultar em algo como Transformer, nome que tu encontra em quase todas as listas de melhores álbuns da história. Walk On The Wild Side é inspirado no livro com o mesmo nome de Nelson Algren, de 1956, e a música fala sobre artistas que vieram para Nova Iorque ganhar a vida e ficaram conhecidos dentro do grupo das Super Estrelas de Andy Warhol (principal nome da pop-art dos anos 60/70), entre eles está a atriz Holly Woodlaw e o ator Joe Dallessandro.
Não é preciso entender muito de música para saber a enorme influência que Lou Reed gerou com o grupo The Velvet Underground dentro da Factory de Andy Warhol. O Álbum “The Velvet Underground & Nico” de 1965 (aquele com uma banana desenhada por Warhol) por uma incrível ironia também é um dos melhores álbuns da história, conquistando o 13º lugar na revista Rolling Stones (na frente do queridíssimo Abbey Road dos Beatles).
Lou Reed faleceu em 2013 com 71 anos de hepatopatia.

(foto: Mick Rock)


BÔNUS: David Bowie — Lazarus, Blackstar, 2016
Não tem como fazer uma homenagem musical pra David Bowie sem David Bowie. O Camaleão — como é apelidado por seus fãs pelas várias personagens que já criou — se despediu nos presenteando em seu aniversário de 69 anos, dois dias antes de sua morte, seu mais novo álbum: Blackstar.  Lazarus, single mais recente do artista, faz parte da trilha sonora de uma peça musical homônima de Bowie, que está em cartaz em Nova Iorque e é uma sequência da ficção científica The Man Who Fell to Earth (1976) baseada no romance de Walter Tevis, que conta a historia de um humanoide alienígena — Thomas Newton — que vem para a Terra em busca de água.
Em uma entrevista recente para a noisey, antes da morte de David Bowie, o diretor sueco John Renck afirma que o artista não gostaria de fazer algo que precisasse de uma segunda interpretação no vídeo de Blackstar. Logo após o falecimento de Bowie, o clipe de Lazarus foi interpretado como uma possível forma do artista anunciar a própria morte, justamente pela temática obscura e psicológica.
O fato é que David Bowie adorava criar personagens, essas que estão agora imortalizadas na mente de cada fã.

RIP David Robert Jones 1947-2016.




Fontes
Mate-Me Por Favor: A História Sem Censura do Punk - de Legs Mcneil e Gillian McCain.
 

3 comentários:

  1. Nem fala quando vi ontem a notícia nem acreditei, tem muita gente morrendo nesse início de ano né?
    Que nem hoje a notícia do Alan (o professor Snape de Harry Potter) que também faleceu com câncer.
    Beijos!

    Blog Pam Lepletier

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  2. Eu nao conhecia, mas qualquer perca é ruim né?

    Beijos, te espero no meu blog.
    www.paaradateen.com

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